(Duília de Mello - O Globo) O astrônomo é um pesquisador, um cientista. Ele geralmente se especializa em estudos de estrelas, planetas, galáxias, cosmologia, mecânica celeste ou astrometria. Eu, por exemplo, sou astrônoma extragaláctica, ou seja, estudo as galáxias. Dentro destas áreas, os astrônomos podem ser teóricos ou observacionais. Eu sou observacional, ou seja, analiso os dados das galáxias que foram obtidos com telescópios e satélites. Geralmente o astrônomo é um professor universitário, ou seja, ele leciona e faz pesquisas. Alguns astrônomos trabalham em laboratórios e observatórios, mas é mais comum encontrá-los na área acadêmica, nos departamentos de física ou de astronomia das universidades. Eu leciono no departamento de física da PUC de Washington DC e faço pesquisa no Goddard Space Flight Center da Nasa.
Mas o que é fazer pesquisa? Geralmente o cientista busca por respostas aos problemas que ainda estão sem solução, ou seja, procuram colocar mais uma peça no quebra-cabeça que estão trabalhando. Por exemplo, por incrível que pareça, nós não sabemos exatamente como a nossa galáxia, a Via Láctea, se formou, e nem quando. Então na minha pesquisa eu estou procurando por respostas que nos ajudem a entender este quebra-cabeça. Eu trabalho com astrônomos de vários outros institutos e universidades e tenho vários alunos tentando contribuir para este projeto também. Nós utilizamos telescópios, satélites e modelos teóricos nas nossas pesquisas. Para conseguir tempo nos instrumentos precisamos escrever projetos e convencer a comissão julgadora de que nossas idéias são boas. Depois que obtemos e analisamos os dados apresentamos os resultados em congressos por todo mundo. Quando achamos que já temos uma peça importante do quebra-cabeça, publicamos os nossos resultados em revistas especializadas e começamos a construir outra peça importante, mas cada passo pode demorar anos para ser concluído. É este lado da astronomia que sempre me fascinou pois adoro fazer perguntas e tentar desvendar mistérios.
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