(Duília de Mello - O Globo) No último post eu contei um pouco sobre o que o astrônomo faz, então para completar o assunto hoje vou contar o caminho que se deve percorrer para se tornar um astrônomo profissional. Primeiro antes de decidir se realmente vale a pena seguir a carreira sugiro que o jovem reflita se realmente gosta da área científica e se tem afinidade com matemática e física. Para os que apenas gostam da astronomia porque são curiosos para aprender mais sobre o universo e que não são bons em matemática e física, eu sugiro pensar muito antes de enfrentar o que vem pela frente. O astrônomo é um cientista e isto que dizer que ele se dedica 100% ao assunto que está investigando e a matemática é uma das ferramentas utilizadas no seu dia a dia. A astronomia é uma área da física, então para o que não gostam de física, não aconselho a seguir a carreira. Acho melhor que neste caso se dedique à astronomia como astrônomo amador. Os amadores são grandes conhecedores do universo e contribuem muito para o avanço da astronomia, muitas vezes trabalhando em conjunto com os profissionais. A internet tem muita informação gratuita e com pequeno par de binóculos se pode fazer belíssimas observações astronômicas e, mesmo sem qualquer instrumento, basta ir a um lugar escuro, fora da poluição luminosa para se admirar a beleza do universo ao vivo!
Mas se você é um daqueles que já se decidiu que viverá da astronomia, sugiro primeiro que vá primeiro visitar uma universidade aonde o curso de física ou astronomia são oferecidos. São poucas as opções para fazer astronomia na graduação, apenas a UFRJ e recentemente a USP oferecem vestibular para astronomia. Mas para se tornar um astrônomo o caminho mais comum é através da física e a grande maioria das universidades federais e estaduais oferecem bons cursos de bacharelado em física. Após a graduação não tem escapatória, precisa fazer mestrado e doutorado em astronomia para se tornar um astrônomo profissional. Aquele que faz a graduação em astronomia também precisa fazer os dois cursos de pós-graduação. Durante estes dois cursos o estudante geralmente tem bolsa de estudos e consegue sobreviver pelos 6-7 anos de estudos duros que tem pela frente. Os astrônomos trabalham também nos Planetários e Museus na divulgação da astronomia e da ciência para o público. A maioria deles tem pelo menos o curso de mestrado.
Mas e o mercado de trabalho? Eu recebo bastante recados, emails, orkut, etc, dos jovens querendo saber se existe mercado e quanto ganha um astrônomo. A minha resposta é sempre a mesma, o mercado é limitado, mas não é saturado e o salário em qualquer país do mundo é o de um professor universitário. Isto mesmo, professor! O doutor em astronomia precisa passar em concursos para entrar nas universidades aonde lecionará e fará pesquisas. Durante a espera e preparação para os concursos, o doutor faz estágios remunerados nas universidades e observatórios. Estes contratos de pós-doutorado podem durar 4 a 5 anos e muitas vezes o astrônomo sai do Brasil por alguns anos durante este período. Muitos astrônomos mudam de área após o doutorado pois ele possui conhecimentos em várias áreas e pode facilmente arrumar empregos geralmente relacionado ao ensino e à informática. Por enquanto é só, podem deixar perguntas aqui que eu tento responder. Tenho também um blog antigo aonde discuto este assunto http://mulher-das-estrelas.blogspot.com/
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