sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Os erros e acertos científicos do filme “Gravidade”

Neil deGrasse Tyson, físico renomado, avaliou sob uma perspectiva científica o filme estrelado por Sandra Bullock e George Clooney. Veja suas impressões




(Exame) O filme “Gravidade”, estrelado por Sandra Bullock e George Clooney, é líder absoluto nas bilheterias dos Estados Unidos e estreia neste final de semana no Brasil. O longa retrata a tragédia vivida pela doutora Ryan Stone e pelo astronauta Matt Kowalski.

A dupla fica à deriva no espaço depois de ser sido atingida por destroços de um satélite detonado por um míssil russo. Sem contato com a base da NASA na Terra, tentam então encontrar uma saída para a desesperadora situação.

A dramática história atraiu as atenções não apenas dos espectadores, mas também da comunidade científica. Neil deGrasse Tyson, por exemplo, um dos físicos mais renomados do planeta, fez questão de assistir ao filme e deu o seu parecer acerca do longa. Sob a perspectiva da ciência, é claro.

No Twitter, Tyson publicou no início da semana uma série de tuítes intitulados: Mysteries of #Gravity (Mistérios de #Gravidade), no quais questionou alguns pontos do filme. Veja algumas das desconfianças do cientista abaixo:

1 - “Por que Bullock, uma médica, estaria consertando o telescópio Hubble?”

2 – “Quando Clooney solta o cabo de Bullock, ele se afasta dela. Em um ambiente de gravidade zero, um pequeno puxão deveria aproximá-los.”

3 – “Porque o cabelo de Bullock, em cenas convincentes de gravidade zero, não flutuou em sua cabeça?”

4 – “Quase todos os satélites orbitam a Terra do leste para oeste. Mesmo assim, os destroços dos satélites retratados no filme orbitam de oeste para leste.”

5 – “A comunicação de satélite foi interrompida há 230 milhas da Terra. Mas elas orbitam distância até 100 vezes maior.”

Mas nem só de erros e desconfianças é feito o “Gravidade”, e o próprio Tyson reconheceu, em um longo post no Facebook, os momentos em que o filme é preciso e adequado aos preceitos da ciência no espaço. Confira os acertos:

1 – Na altitude retratada, o tempo orbital para objetos é, de fato, 90 minutos.

2 – A existência da trilha de satélites desintegrados, muitos são remanescentes da tragédia com o ônibus espacial Columbia em 2003.

3 – A calma do personagem de Clooney mesmo em um momento de estresse. Segundo Tyson, a maioria dos astronautas que ele conhece tem este temperamento.

4 – As belas imagens da órbita da Terra transitando entre o dia e a noite.

5 – A Aurora Polar, fenômeno óptico observado no céu noturno dos polos da Terra, visível à distância.

6 – A espessura da atmosfera da Terra em relação ao tamanho do planeta.

7 – A persistente conservação dos momentos lineares e angulares.

8 – A velocidade dos destroços, caso viessem a colidir em uma velocidade orbital.

9 – A transição do silêncio para o som entre uma câmara de vácuo despressurizada e pressurizada.

10 – A noite estrelada que, segundo Tyson, foi retratada no mesmo alcance e equilíbrio de uma noite de verdade.

Ainda em seu post, Tyson lembrou que o fato de o filme ter recebido críticas em um nível científico é, por si só, um grande elogio. E finalizou garantindo que continuará a observar a maneira como a ciência aparece em Hollywood, "mas não como uma forma de desdenhar do que é mostrado e sim para celebrar as tentativas artísticas de retratação das forças da natureza”.

Veja abaixo o trailler oficial do filme "Gravidade":


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Astronauta brasileiro diz que acidente de Gravidade poderia acontecer (UOL), com matéria similar no UAI
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Gravidade, o filme (Marcelo Gleiser - Folha)
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