quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Estudo revela que acesso a museus é limitado em grande parte do país

(JC) Mesmo assim, os museus brasileiros foram visitados por cerca de 82 milhões de pessoas no ano passado

A região Norte do Brasil, a mais extensa do país, conta com apenas 146 museus, sendo que quase 60% deles estão concentrados nas capitais. As regiões Sudeste e Sul, por outro lado, são as que possuem maior número de instituições de cultura, com 1.151 e 878 cada uma. O Nordeste aparece com 632 unidades e o Centro-Oeste, com 218.

Os dados fazem parte de um levantamento inédito feito nos últimos quatro anos pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) sobre a quantidade e qualidade de seus museus do país. O estudo foi apresentado nesta terça-feira (14), no Rio de Janeiro.

Pelo Cadastro Nacional de Museus, uma espécie de "censo museológico", o Brasil possui hoje 3.025 instituições mapeadas. Destas, quase metade participou do levantamento e respondeu perguntas sobre localização, acervo, características físicas, acessibilidade, infra-estrutura para o recebimento de turistas estrangeiros, funcionamento, segurança, atividades, serviços, recursos humanos e orçamento.

O estudo revela que o número de museus, apesar de ultrapassar o de teatros (1.229) e de salas de cinema (2.098), ainda é pequeno e limitado às grandes cidades. Cerca de 80% dos municípios brasileiros não possuem instituições assim e, quando têm, 30,5% delas ficam nas capitais. São Paulo (132), Rio de Janeiro (124) e Salvador (71) são as cidades brasileiras com maior número de museus. As três capitais mais populosas do Brasil concentram também os maiores acervos.

Mesmo assim, os museus brasileiros foram visitados por cerca de 82 milhões de pessoas no ano passado. A procura, em grande parte, é facilitada pelo acesso gratuito. A maioria das instituições é pública (67,2%) e quase 80% delas, sejam públicas ou privadas, não cobram ingresso.

Ainda de acordo com o levantamento, os museus de História (67,5%), Artes Visuais (53,4%) e Imagem & Som (48,2%) são os mais comuns. O Museu Nacional do Rio de Janeiro, com 15 milhões de peças, o Memorial de Medicina Brasileira da Universidade Federal da Bahia, com oito milhões de bens, e o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, também com cerca de oito milhões de objetos, aparecem como os museus com a maior quantidade de bens culturais preservados. Sozinhas, as três instituições ultrapassam o acervo de todos os outros museus, que possuem em média até 3.000 peças.

Outro dado apontado pelo censo é que o número de profissionais empregados nos museus atualmente é de 26.762 pessoas. A região que mais emprega é a Sudeste (61,62%) - a Nordeste aparece com 14,13%, a Sul com 13,94%, a Norte com 5,36% e a Centro-Oeste com 4,92%.

Também chama a atenção o fato de que a maior parte dos museus tem menos de trinta anos. Das 1.500 instituições que responderam à pesquisa, 649 foram fundadas entre 1981 e 2000. Entre 2001 e 2009, foram criados 352 museus.

Segundo o Ibram, a ideia a partir de agora é que a publicação seja periódica, com edições trienais. Os dados deverão ser usados para o planejamento de políticas públicas e o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao setor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário