terça-feira, 21 de julho de 2009

As tecnologias que vieram do espaço

(O Globo) Muitas das tecnologias que fazem parte do nosso cotidiano foram criadas pela Nasa, a agência aeroespacial americana. Essa transferência tecnológica começou durante a corrida espacial, nos anos 60, época em que o orçamento da agência ainda era vultoso. A ideia era disseminar e comercializar as técnicas que serviram de base para os inventos da Nasa. As áreas beneficiadas são as de saúde e medicina; transporte; segurança pública; consumidor, casa e recreação; meio ambiente e recursos agrícolas; tecnologia de computação e produtividade industrial.

Os primeiros documentos de divulgação tecnológica da Nasa, os "Tech Briefs", causavam rebuliço na comunidade científica. Começaram então a chover pedidos de mais informações pelo setor privado, ávido por absorver essas novidades visando ao desenvolvimento de produtos e serviços.
Com isso, a Nasa decidiu preparar um relatório anual como apoio à preparação do orçamento pelo congresso americano, um jeito de motivar os congressistas a soltar grana para a agência. E tem funcionado bem a estratégia. Só que hoje a realidade é outra, e o orçamento da Nasa é muito mais minguado do que nos áureos tempos.

Em 1976, a Nasa começou a publicar um relatório anual ainda mais elaborado, chamado Spinoff. E não parou mais. Já são mais de 1.600 artigos publicados desde então, com entre 40 e 50 novos produtos tecnológicos apresentados a cada ano.

Diante das reclamações do contribuinte americano contra o suposto desperdício de dinheiro em projetos siderais, a Spinoff entrou em cena como mais uma forma de demonstrar a utilidade prática daqueles projetos, que se traduziam em benefícios palpáveis para a sociedade.

Cópias da Spinoff vêm anualmente sendo distribuídas para políticos, formadores de opinião, tomadores de decisões no setor econômico, CEOs de corporações, integrantes do meio acadêmico, profissionais em transferência de tecnologia e profissionais de mídia.

No site oficial da Spinoff pode-se realizar buscas no banco de dados da agência que contém todas as tecnologias publicadas desde a primeira edição. O endereço é www.sti.nasa.gov/tto e é possível baixar gratuitamente todos os exemplares na íntegra em PDF. A Spinoff 2008, por exemplo, tem 217 páginas e é um verdadeiro show de tecnologia de ponta.

Rango
A Nasa desenvolveu um sistema de segurança alimentar que foi utilizado para controlar a comida dos astronautas nas missões espaciais. O sistema é chamado HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point (análise de perigo e ponto de controle crítico) e é aplicado pela FDA, órgão que controla alimentos e medicamentos nos EUA, e por instituições semelhantes em vários países. Abrange práticas de segurança alimentar, temperaturas mínimas de cozimento para eliminar bactérias e métodos para lidar com situações de emergência envolvendo alimentação. O HACCP tornou-se padrão de segurança alimentar no mundo inteiro.


Satélites
Há 30 anos a Nasa vem aprimorando sua tecnologia de desenvolvimento, lançamento e manutenção de satélites artificiais em órbita terrestre. A mais conhecida aplicação disso têm sido as comunicações telefônicas de longa distância, um sistema mundial cada vez mais abrangente, e com chamadas claras e confiáveis. Há também as conexões de TV, de dados e o sistema GPS. Além disso, satélites da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) vêm monitorando condições e padrões de mudanças climáticas de modo a melhorar as previsões de furacões e sistemas tropicais, analisando suas rotas, efeitos e intensidade.

Luz mágica
Uma nova tecnologia de iluminação desenvolvida pela Nasa em experimentos de crescimento de plantas no espaço está sendo aproveitada no tratamento de tumores cerebrais e de pele, e em outros problemas médicos tais como tratamento de ferimentos. A técnica está aprimorando um procedimento de quimioterapia chamado terapia fotodinâmica, que usa feixes luminosos para ativar medicamentos que matam tumores cancerosos. Antes essa terapia usava fonte de luz laser, mas a nova origem luminosa por LEDs é mais eficiente, versátil e barata.


NASTRAN
O software de análise estrutural desenvolvido pela agência, chamado NASTRAN (NAsa STRuctural ANalysis), se tornou quase um padrão nesse ramo da ciência. Ele permite economizar tempo e dinheiro por usar um método de projeto computadorizado para identificar pontos fortes e fracos na estrutura de um produto antes dele ser fabricado. O NASTRAN foi desenvolvido originalmente para os voos espaciais e as versões comerciais que se sucederam são usadas para projetar fábricas de produtos químicos, refinarias, trens, aviões-caças, automóveis, caixas acústicas, guitarras elétricas e arranha-céus. O software foi escrito originalmente na linguagem Fortran e tem milhões de linhas de código. No final dos anos 60, a empresa MSC (MacNeal-Schwendler Corporation) passou a vender e dar suporte à versão comercial do programa, cujo nome passou a ser MSC/NASTRAN e depois MSC.Nastran.



MEMS
Sistemas microeletromecânicos (MEMS = MicroElectroMechanical Systems) são dispositivos e sensores minúsculos, de tamanho comparável à espessura de um fio de cabelo humano. Começaram a ser desenvolvidos quando a Nasa estava quebrando a cabeça com miniacelerômetros para medir mudanças de velocidade em pequenos objetos e avaliara atividade física de pessoas e animais durante voos espaciais. Atualmente, a tecnologia MEMS é usada em produtos corriqueiros, tais como airbags em automóveis, marcapassos cardíacos e até lavadoras e secadoras de roupas. Produtos equipados com MEMS aquecem uma indústria que hoje fatura US$ 3 bilhões por ano no mundo inteiro. Mais de 85 patentes fazem referência ao invento original da Nasa, sendo a mais antiga de 1975 e a mais recente de 2003.


Catarata
Uma pesquisa da Nasa envolvendo física dos fluidos permitiu avanços à oftalmologia. Trabalhando com efeitos do ambiente espacial em sistemas coloidais (pequenas partículas sólidas suspensas em líquidos), pesquisadores da agência encontraram aplicações na detecção de catarata, uma condição degenerativa visual comum em idosos. Os instrumentos usados pela Nasa na pesquisa com colóides permitem identificar condições perigosas de catarata em estágio anterior do desenvolvimento da doença. O próximo passo é usar a técnica em terapias não cirúrgicas e na detecção prematura de outras doenças oculares, diabetes e até Mal de Alzheimer. O motivo da pesquisa original era o alto risco de os astronautas desenvolverem rapidamente catarata como efeito colateral à exposição a radiação em voos espaciais de longa duração.

Ranhuras
Pesquisadores da Nasa determinaram que abrir ranhuras em pistas de pouso de aeronaves reduz o risco de hidroplanagem. As ranhuras, que criam canais para drenagem do excesso de água da chuva, melhoram em 200% a 300% o atrito das rodas do trem de pouso em condições de pista molhada. Atualmente centenas de aeroportos comerciais no mundo inteiro têm ranhuras em suas pistas. A técnica é usada também em curvas em autoestradas, rampas, degraus, fábricas e estábulos. O uso de ranhuras em estradas de rodagem permitiu uma redução de 85% no número de acidentes. Essa é uma das mais bem sucedidas tecnologias da Nasa em termos de vidas salvas e acidentes evitados.



Tesoura hidráulica
A tecnologia usada para desconectar e separar em vôo os grandes tanques de combustível do ônibus espacial deu origem à ferramenta atualmente usada para remover vítimas presas em ferragens em acidentes rodoviários e outras situações de perigo. Conhecida pelo horrendo nome de "desencarcerador", a tesoura hidráulica também tem sido usada por equipes de resgate em busca de sobreviventes em cenas de desabamentos de estruturas, desastres aéreos, terremotos e atentados terroristas.


Confira também o infográfico: A Nasa em sua vida

Um comentário:

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