quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ensaio sobre os temíveis 'planetas gigantes' que nunca colidem com a Terra



(Olhar Cético - Galileu) Outro dia, andando por Campinas (SP), encontrei, num ponto de ônibus, um cartaz de propaganda do livro “Hercólubus ou o Planeta Vermelho”, obra que busca alertar a humanidade para a colisão iminente de um planeta gigantesco, seis vezes maior que Júpiter, o tal Hercólubus, com a Terra. Para mim, foi como encontrar um cartaz anunciando um novo show do Milli Vanilli. Pensei: mas, jura que alguém ainda leva isso a sério?

Para ser justo, Hercólubus é mais recente que o Milli Vanilli, uma dupla pop que fez um sucesso estrondoso no fim dos anos 80, antes de desaparecer sem deixar vestígio. O livro, até onde consegui apurar, foi publicado originalmente em 1999, um ano antes da morte de seu autor, um ocultista colombiano chamado Joaquin Enrique Amortegui Valbuena, e que assinava V.M. Rabolú.

Além de alertar para a tragédia astronômica que era “iminente” dezesseis anos atrás, Rabolú descrevia suas viagens astrais a Marte e Vênus, onde encontrou uma civilização de anões loiros de olhos azuis (Vênus) e uma de guerreiros em armaduras de bronze (Marte).

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ideias de astronauta da ESA inspiram novo modelo de relógio de pulso da Omega

Astronauta francês que cumpriu três missões pela Agência Espacial Europeia (ESA) inventa novas características para relógios de pulso, as quais foram patenteadas pela ESA. Com base nessas ideias, a Omega apresenta agora o mais recente modelo da gama Speedmaster Professional.



(TV Ciência - Portugal) Na década de 1990, Jean-François Clervoy, astronauta francês, cumpriu três missões espaciais pela Agência Espacial Europeia (ESA), onde as suas principais funções se relacionavam com a engenharia de voo.

Durante as missões, Jean-François Clervoy teve de lidar com as características limitadas do seu relógio de pulso e desejou que este tivesse outras potencialidades para satisfazer as suas necessidades técnicas especificas.

Quando voltou para Terra, sugeriu que o relógio de um astronauta deveria possuir uma série de inovações para facilitar o cumprimento das missões e a ESA patenteou as suas ideias. Algumas das suas invenções baseavam-se na possibilidade de um relógio permitir definir uma data no passado ou no futuro ao segundo, para que os astronautas pudessem calcular o tempo que tinha passado ou o que faltava. Outras das ideias patenteadas inclui um programa flexível com múltiplos alarmes com toques diferentes.

Agora, com base nas ideias do Jean-François Clervoy e da patente da ESA, a empresa de relógios Omega, desenvolveu um relógio espacial que acaba de ser lançado com o nome de Speedmaster Skywalker X-33.

Este novo relógio da gama Speedmaster Professional foi testado e aprovado pela ESA, que submeteu o dispositivo a inúmeros testes para prever se resistiria às condições espaciais.

Os testes foram realizados Centro Europeu de Investigação Espacial e Tecnologia (da sigla em inglês, ESTEC), na Holanda, um dos centros técnicos especializados da ESA onde a maioria dos satélites são preparados antes do lançamento.

Neste Centro, o novo relógio de pulso foi submetido a um agitador que simula as intensas vibrações que ocorrem durante um lançamento e a rotação numa centrifugadora por forma a alcançar sete vezes a gravidade sentida na Terra, em condições semelhantes aquelas que os astronautas experienciam quando voltam à Terra.

O relógio foi ainda colocado numa câmara de vácuo onde foi submetido a temperaturas entre os 45ºC negativos e os 75ºC positivos. Já na Suíça, o relógio foi submetido a radiação semelhante àquela que ocorre no espaço. Em todos os testes, o relógio de pulso demonstrou robustez e eficiência.

O Speedmaster Skywalker X-33 possui em simultâneo um ecrã analógico e digital que permite o acesso rápido a várias referências temporais, assim como, um novo software que é carregado numa unidade avançada de cronometragem baseada em quartz.

«Estou orgulhoso por ver a minha invenção implementada num relógio de pulso de alta precisão», afirma o astronauta Jean-François Clervoy, citado em comunicado da ESA.

«Ter a Omega nesta parceria com a ESA, baseada na nossa patente, vai permitir aos astronautas da ESA beneficiar destas funções inovadoras», acrescenta.

Este é apenas um dos 135 exemplos de inovações que surgiram das necessidades vividas no espaço, as quais estão patenteadas pela ESA e disponíveis para comercialização pela indústria não espacial.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Gasto brasileiro com ciência é muito pouco eficiente, diz 'Nature'

(Folha) Segundo ranking da revista "Nature", o Brasil é um dos países com menor eficiência no gasto com ciência. Ele figura em 50º entre 53 avaliados, atrás de países como Irã, Paquistão e Ucrânia. O país, no quesito, só é melhor que Egito, Turquia e Malásia.

A medida é feita pela divisão do número de artigos publicados em 68 revistas científicas internacionais de alto prestígio pelo total de investimentos em pesquisa.

Em 2013, segundo a Nature, o Brasil publicou 670 artigos nessas revistas. Seu gasto com ciência e desenvolvimento é da ordem de US$ 30 bilhões ao ano.

Em comparação, o Chile publicou mais que o Brasil (717 artigos), gastando menos de US$ 2 bilhões, um desempenho muito bom. Israel publicou 1.008 artigos gastando cerca de US$ 9 bilhões.

O país mais eficiente é a Arábia Saudita, que tem conseguido um ótimo retorno com estudos da área de energia e gás. Publicou 288 artigos gastando, segundo o último dado disponível, cerca de US$ 500 milhões ao ano –os dados incluem dinheiro público e privado.

Como algumas revistas científicas especializadas em física publicam uma quantidade muito grande de artigos, a metodologia da "Nature", que dá origem ao ranking ao lado, conta ainda com um fator de ponderação para corrigir essa distorção, entre outros ajustes metodológicos.

Assim, artigos de ciências biológicas e de química valem mais, para que países fortes em exatas não fiquem artificialmente melhor colocados.

DESEMPENHO
Nem tudo é má notícia: o desempenho brasileiro –calculado para o ano de 2013– comparado ao de 2012 melhorou em 17,3%. Antes, o Brasil ocupava a 26º posição.

José Eduardo Krieger, pró-reitor de pesquisa da USP, avalia o desempenho como "inadequado perante a grandeza do país", já que o Brasil, se tivesse um desempenho de acordo com sua economia, deveria figurar entre os sete melhores do mundo.

Rogério Meneghini, diretor científico do SciELO –banco virtual de dados bibliográficos–, avalia positivamente a iniciativa da "Nature".

Segundo ele, o ranking cobre artigos de projeção muito grande, e que certamente terão em média um alto índice de citações –outra maneira de medir a relevância científica de um trabalho.

Em avaliações que analisam uma quantidade maior de revistas, a participação brasileira em porcentagem de artigos publicados está em 2,5%. No ranking da "Nature", o país tem só 1,1% (13º lugar).

Em termos brutos, é o país com maior publicação científica da América Latina. Quando se analisa, porém, o volume de pesquisa produzido a cada mil pesquisadores, o Chile lidera a região com um índice cinco vezes maior que o do Brasil, que fica atrás também de México e Argentina.

O ranking da Nature também classifica as instituições por produtividade em pesquisa. Dentre as 200 melhores, não há nenhuma latino-americana. O ranking é liderado pela Academia Chinesa de Ciências, seguida por Harvard (EUA) e pela Sociedade Max Planck (Alemanha).

A universidade latino-americana mais bem colocada é a USP, também primeira colocada entre as universidades brasileiras no Ranking Universitário Folha. Ela aparece em 271º lugar na "Nature", seguida por UFRJ (557º), Unesp (574º) e Unicamp (613º).

Krieger considera que a USP, assim como a ciência brasileira, precisa aumentar não só a quantidade, mas principalmente a qualidade de sua produção científica. Segundo ele, o Nature Index pode ser um bom indicador da qualidade da pesquisa nas áreas que ela avalia.

Segundo Krieger, falta "estimular a vocação de cada universidade" e abandonar a ideia de gigantismo de que uma instituição tem que ser boa em todas as áreas.
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E mais:
Ciência brasileira fica em 23º lugar em ranking da revista 'Nature' (G1)