Imagens são de gases de um avião, de acordo com especialistas. Físico havia dito ao G1 que fotos de internauta eram de corpo celeste.
(G1) Físicos e astrônomos disseram que as imagens feitas por um morador de Ribeirão Preto (SP) eram um rastro formado por gases de aeronaves e não o deslocamento de um cometa, como publicado pelo G1 Ribeirão e Franca no sábado.
“São gases da turbina de uma aeronave condensando-se na atmosfera”, diz o físico do Observatório da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP), Jorge Honel. O G1 havia se baseado em informações passadas pelo coordenador do Observatório Municipal de Astronomia de Franca (SP), José Antonio Barbosa. Procurado novamente pelo G1, ele confirmou o equívoco e afirmou que o registro se trata de um avião.
A situação, segundo Jorge Honel, é corriqueira. “Dependendo de como está o processo de dissipação dos gases e das condições atmosféricas é possível ver o deslocamento de parte do rastro, que pode levar alguns minutos”, diz.
O astrônomo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) João Canalle afirmou que a aproximação de cometas com a Terra são previsíveis e que o que foi registrado no local não poderia ser o objeto celeste. "Cometas não pegam ninguém de surpresa. Aeronaves altas, dependendo da densidade e da temperatura do ar, quando passam deixam rastro bem interessante, é muito longo e se dissipa rapidamente, pode lembrar a imagem de um cometa, mas cometa não se vê durante o dia", explicou.
O historiador e astrônomo amador Ricardo Cavalini, que acompanha o monitoramento da passagem de cometas pela atmosfera terrestre, afirmou que não há a possibilidade de passagem de um objeto celeste no período. “Não surgem da noite para o dia e os deslocamentos de cometas são eventos de longa duração, de meses e até anos, nunca acontece em horas”, disse.
Equívoco
O físico e coordenador do Observatório Municipal de Astronomia de Franca (SP), José Antonio Barbosa, que afirmou que as imagens se tratavam de um fenômeno chamado deslocamento de cometa, também afirmou que se equivocou ao apresentar a hipótese.
“Procurei outros observatórios e calculamos o tempo de uma foto para a outra e achamos que pelo tempo, menos de 20 minutos, não seria um cometa, mas um avião”, afirmou. “A atmosfera está fria, a aeronave passa e começa a fazer aquela cauda, é a melhor tese”, comentou Barbosa.
O fenômeno foi observado também pelo astrônomo amador Carlos Penna, que usou um telescópio para registrar a imagem em Ribeirão Preto. Na foto, é possível ver a imagem da aeronave com detalhes. “O deslocamento de um cometa levaria dias, não minutos, como ocorreu”.
Flagra
As imagens foram feitas pelo assessor de logística, Danilo Martins, de 29 anos, e enviadas pela plataforma colaborativa VC no G1. Da sacada, ele ficou surpreso ao avistar, por volta das 17h40 de 30 de julho, um objeto luminoso no céu, o que chamou sua atenção. Ele resolveu fotografá-lo, mesmo sem saber ao certo do que se tratava.
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