Bióloga e educadora comenta como a apropriação indevida do conhecimento e a deturpação de dados de pesquisa vêm alavancando a comercialização de produtos que nada têm de científicos.
(Ciência Hoje) Talvez o leitor ache o título muito agressivo. Pode ser. No entanto, ele não desagradaria totalmente aos neurocientistas sérios, que têm visto seus dados de pesquisa, assim como os de outros colegas dessa área do conhecimento, serem apropriados, distorcidos e extrapolados por pessoas interessadas em vender manchetes em jornais e revistas, livros de autoajuda ou programas de treinamento e outros ‘neuroprodutos’ pseudocientíficos.
Para compreender melhor o que menciono, sugiro conhecer a opinião da neurocientista Molly Crockett, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apresentada na conferência que ela realizou para a fundação Technology, Entertainment, Design (TED) – mais conhecida como TED Conference – e disponível na internet. Nela, a pesquisadora conta como os dados de uma pesquisa da qual foi coautora foram mal compreendidos e transformados em manchetes equivocadas, sendo replicados e deturpados para servir a interesses totalmente alheios aos seus ou da pesquisa original.
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