terça-feira, 22 de outubro de 2013

Todo cientista é maluco?

A ciência geralmente é vista como algo distante da população e os cientistas são vistos como “loucos” de cabelos bagunçados. Mas será que é assim mesmo?


(Agência Ciência Web) Pense em um cientista. O que vem a sua cabeça? Talvez muitos imaginem um homem com os cabelos bagunçados, vestindo um jaleco branco, dentro de um laboratório acompanhado de tubos de ensaio com um jeito um pouco atrapalhado. Bom, pois esqueça esse velho e ultrapassado estereótipo. Os cientistas (ou “as” – pois também há mulheres nessa profissão) são pessoas tão comuns quanto você e eu. Realizam atividades triviais, visitam restaurantes e têm cachorros em casa. Ah, gostam de futebol e novelas também. E, pasme, a maioria deles nem usa jaleco e tem os cabelos muito bem penteados.

A ciência, por extrapolação, também é apresentada como algo distante do dia-a-dia, exótica, difícil e para poucos – aqueles poucos que têm os cabelos bagunçados e jeito atrapalhado, que se dispõem a trabalhar com temas muito complexos para nós, leigos. As concepções inadequadas do cientista e da própria ciência são reproduzidas, muitas vezes, por falta de conhecimento ou como consequência do próprio distanciamento que a maioria da população tem dos centros de pesquisa e universidades.


Frank Crespilho é um cientista. Além disso é professor do Instituto de Química da USP em São Carlos. Frank tem diversas atividades em sua rotina e acorda cedo para dar conta de tudo. Ele supervisiona o laboratório de bioeletroquímica, uma de suas linhas de pesquisa. Ele também orienta o trabalho de diversos alunos de iniciação científica e precisa cumprir outros tipos de compromissos comuns na vida de um cientista, como participar de congressos, palestras e eventos relacionados a seu trabalho.

O que poucas pessoas sabem é que, além de todas as suas atividades como pesquisador, Frank também toca contrabaixo e violão. E até já fez parte de uma banda de rock quando era mais jovem. Ele conta que antes de pensar em estudar química, ele já tocava contrabaixo. “Sempre gostei muito de música e eu tinha uma banda. Sou fã de rock, embora também goste de outros estilos, o rock sempre foi muito marcante para mim”.

Frank acredita que a população ainda está distante da ciência e da produção científica por diversos fatores, dentre eles a falta de políticas públicas que façam essa aproximação. “É preciso despertar o interesse da população para a ciência, e isso não depende só da universidade. A comunidade precisa ser apresentada à ciência durante o ensino fundamental e médio. É preciso criar uma cultura científica dentro das escolas”, comenta.

A ciência é de todos
A ciência é um conjunto de conhecimentos que acumulamos ao longo dos séculos. Todo esse conhecimento compõe a construção e a formação da humanidade da qual fazemos parte. É ele quem determinou a forma como nós pensamos e agimos hoje em dia. Ou seja, é um bem que pertence a todos nós.

A população precisa se convencer de que, de certa forma, todos podemos fazer ciência. Talvez não com o mesmo grau de dedicação e especialização, mas todo estudo e investigação sobre um determinado tema, seguindo uma metodologia e gerando resultados – a receita básica do método científico – podem ser executados por qualquer cidadão comum. A verdade é que vivemos e fazemos ciência todo o tempo. E nem percebemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário