quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Opções para o "fim do mundo" vão de bunker a bar



(AFP/Terra) O suposto fim do mundo profetizado pelos maias levará na sexta-feira alguns crédulos em direção ao refúgio mais próximo, seja uma aldeia mística no Brasil, uma montanha sagrada na França ou bunker particular nos Estados Unidos, mas muitos terráqueos pensam em celebrar este fim do mundo em um bar de Hong Kong ou de Sydney.

A venda de refúgios preparados, estoque de provisões, preços de hotéis em alta vertiginosa, menus especiais de fim do mundo, visita a locais sagrados, etc: o que é certo é que o calendário maia faz dinheiro circular em todo o mundo. No México e nos países da América Central nos quais a civilização maia se estendeu (Belize, Guatemala, Honduras, Salvador), o fim do mundo influencia há meses o setor turístico.
São organizadas conferências, reconstituições de rituais, acontecimentos especiais, espetáculos de luz e som: os antigos sítios maias atrairão multidões na sexta-feira, ignorando a indignação dos indígenas. Em Honduras, inclusive o presidente participará de uma cerimônia. Alguns locais têm a reputação de ser um refúgio no apocalipse, sem que se saiba a que se deve esta crença.

Na Bolívia, uma cerimônia religiosa será organizada na ilha do Sol do lago Titicaca. Segundo a lenda, ali nasceram os fundadores do império inca. No Brasil, a 250 km de Brasília, a cidade de Alto Paraíso, que afirma ter uma energia mística, se prepara há anos para o último dia do mundo, o que atrai centenas de crédulos e curiosos.

Na Sérvia, a montanha de forma piramidal Rtanj, a 200 km de Belgrado, tem uma reputação similar que atrairá muita gente por ocasião do solstício de inverno. O monte Bugarach, situado no sudoeste da França, já é vítima de sua reputação de refúgio antiapocalíptico, a tal ponto que certos hotéis cobram tarifas de até 1,5 mil euros para passar ali a noite fatídica. Soma que é preciso pagar adiantado, chegue ou não o fim do mundo. As autoridades locais, inquietas pela segurança, convocaram as pessoas a não se dirigirem para lá.

Na Turquia, afirma-se que o povoado de Sirince também ficará à margem do apocalipse porque foi dali que a Virgem Maria subiu aos céus. Resultado: reservas completas para o dia 21 em todos os hotéis. Na falta de locais sagrados, outros temerosos do apocalipse optam por refúgios construídos pelo homem.

Nos Estados Unidos, são muitos os que se preparam para um cataclismo, de origem humana ou natural, com refúgios antinucleares ou sótãos transformados em bunkers. Por 30.000 rublos (cerca de 9.700 euros), os moscovitas endinheirados podem escolher um dos 300 lugares em um bunker da época stalinista, a 65 m de profundidade.

No leste da França, o forte de Schoenenbourg e suas galerias subterrâneas permanecerão abertos excepcionalmente. E isso apesar de o edifício formar parte da Linha Maginot, o sistema de defesa francês que não conseguiu deter a ofensiva alemã durante a Segunda Guerra Mundial.

Já na Ásia, no Japão e na Índia, o fim do mundo parece ser a ocasião de realizar festas. "Pode ser sua última dança, então não a perca!", afirma o Bar Sky de Nova Délhi. Em Hong Kong, vários restaurantes propõem menus especiais; um deles promete inclusive não cobrar a conta... se o apocalipse chegar. Em Sydney, também é organizada uma grande "festa do fim do mundo".
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