segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Satélites do nosso dia a dia



(Canaltech / R7) Todo ano é a mesma coisa. Impossível falar do verão sem as chuvas fortes e os diversos transtornos, e impossível falar do inverno sem o tempo seco. Independente de El Niño, La Niña ou Aquecimento Global (esse é um assunto para outro artigo) sempre temos as chamadas condições sazonais do tempo, ainda mais aqui no Brasil, um país tropical e com dimensões continentais.

E já que estamos no inverno, o destaque mais uma vez é o tempo seco, que além dos problemas de saúde comuns nessa época do ano, temos outro problema, que muitas vezes nem é muito divulgado: as queimadas. Se engana quem acha que todas as queimadas são provocadas pela ação do homem. Muitas delas ocorrem espontaneamente. Sol, vegetação extremamente seca e falta de umidade são os ingredientes para a formação desses focos de incêndio, geralmente na região mais central do Brasil.

Esse ano em particular, houve um aumento de 61% nos focos de incêndio no Brasil, comparado com o ano passado. Só em Mato Grosso foram mais de 6 mil ocorrências. O Maranhão é outro estado com grande número de ocorrência. Isso porque o Nordeste tem passado por um período de grande seca esse ano.

Mas como chegamos a esses números? Como saber com precisão quantos e onde estão esses focos de incêndio? Tudo isso é possível graças aos satélites que giram em torno da Terra. O termo vem do latim satelles ou satellitis, que significa corpo que gravita em torno de um astro, no caso, a Terra. Os satélites naturais são os corpos celestes, como é o caso da Lua, que é o nosso satélite natural.

Mas o uso dessa incrível ferramenta vai muito além do monitoramento de focos de incêndio. Existem os satélites militares, científicos, de navegação e os de comunicação. O homem já enviou centenas e centenas de sátelites artificiais. Parte deles ainda gravita sobre a Terra, mas como forma de lixo espacial, o que acaba sendo um grande problema.

Esses satélites podem ter diferentes tipos de óbitas. Alguns ficam sempre numa posição fixa, as chamadas óbitas geoestacionárias, a 35.000 km de altitude. E outras chamadas circular ou polar, que é quando o satélite dá voltas em torno da Terra, só que numa altitude muito mais baixa, que varia entre 300 a 1000 km, o que pode ser considerado um vôo “rasante”, comparado com as dimensões do planeta.

Mas o ponto onde eu queria chegar é mostrar como essa tecnologia é fundamental para todos nós. Acho que a primeira coisa que vêm a cabeça são os GPSs, presentes na maioria dos smartphones. Imagine que graças a uma triangulação de sinais de satélites, é possível saber sua exata posição (latitude, longitude e altitude), em qualquer local do planeta Terra. Esse tipo de informação vai além de te ajudar a chegar na casa daquele seu amigo que não mora, mas se esconde. É fundamental também para a navegação aérea, terrestre e marítima.

Na comunicação, tem um papel enorme, principalmente para atender regiões remotas, desprovidas de estrutura, e para aqueles que querem redundância de internet, mais rapidez e qualidade de sinal. Sem contar que aquelas anteninhas de TV que muita gente tem em casa ou no sítio, estão apontadas diretamente para um satélite.

E claro que eu não poderia deixar de mencionar a importância para a meteorologia. Graças aos satélites, podemos acompanhar “de perto” os inúmeros sistemas meteorológicos, monitorando sua estrutura, intensidade e deslocamento. Imagine que em um satélite ambiental você pode colocar inúmeros tipos de sensores, com diversas faixas de frequência, e que enxergam em diferentes espectros. Isso permite ver com muitos detalhes, por exemplo, uma nuvem cumulonimbus, massas de ar seco, nevoeiro, frentes frias e até mesmo cinzas vulcânicas! E aí voltamos ao início da coluna: é possível ver com detalhes os focos de calor, que podem ser detectados facilmente por algum algoritmo que leia as imagens de satélite.

E finalmente, quem não gosta de observar outras cidades de cima? Eu particularmente adoro navegar pelo Google Maps. Alguém aí conhece as pirâmides do Egito? E estas imagens que nós vemos, são provenientes de satélites de órbita circular, que conseguem ver bem de pertinho, com uma boa resolução. Embora nos EUA alguns locais já tenham imagens provenientes de voos aéreos, o que permite uma resolução ainda maior.

Mas dá para ir mais longe? Ou no caso, mais perto? Sim! Quem nunca assistiu aqueles filmes de espionagem, onde o FBI ou a CIA acessa um satélite militar ultra-secreto, e consegue ver tudo que está acontecendo em qualquer lugar do planeta? De fato isso é totalmente possível. Essa tecnologia já existe, e permite observar tudo que acontece, teoricamente em qualquer ponto da superfície da Terra, com resolução de alguns centímetros. E com os sensores de infra-vermelho, conseguem ver à noite, e até mesmo dentro de residências!

É isso mesmo, pessoal. Quem ainda se preocupa em excesso com a privacidade, saiba que com a tecnologia que nos cerca (e que está sobre nossas cabeças), isso deve ficar cada mais distante. E a tecnologia, cada vez mais presente.

Fica a dica de uma aplicativo para Android, Satélite em 3D, que permite localizar todos os satélites ativos e inativos que estão girando em volta da Terra. São muitos!

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