sábado, 1 de maio de 2010

Traje de astronautas ajuda crianças com paralisia cerebral a caminhar

Com roupa, criada por russos, elas aprendem a andar em 3 meses. Veste foi desenvolvida para evitar atrofia causada por falta de gravidade.

(G1) Um traje diferente, cheio de elásticos, foi criado na década de 70 pelos russos para evitar que os astronautas sofressem de flacidez e atrofia muscular por causa da falta de gravidade. As tiras elásticas ligam tronco, cintura, joelhos e pés. Mesmo parado, o corpo faz esforço.

Os médicos descobriram que a roupa também poderia ajudar crianças com paralisia cerebral a andar e hoje ela já é usada no mundo todo. Em Salvador, na Bahia, o Núcleo de Apoio à Criança com Paralisia Cerebral – uma organização não governamental que dá assistência a 400 crianças com necessidades especiais – recebeu 60 trajes doados pela empresa russa que hoje detém a patente da roupa.

“Ela se sente mais segura porque não fica com aquele medo, já ajuda na postura dela”, conta Nadjane de Jesus, mãe de Ana Vitória, uma das crianças atendidas pela ONG.

A médica Daniela Matsuda explica que o uso dos trajes forma um novo esquema no sistema nervoso, que gera padrões de movimento, permitindo então que as crianças possam “adquirir marcha”.

“Com fisioterapia convencional, eu levaria um ano e meio, dois anos, para fazer uma criança andar. Com o traje, nós conseguimos abreviar isso e dar uma independência para a criança e para a família, em termos de inclusão social, muito mais rápida”, diz Pedro Guimarães, presidente da ONG.

O ONG de Salvador é a primeira instituição da América Latina a trabalhar com esse equipamento. A ideia é associar a terapia com o traje às outras formas de tratamento que a organização oferece desde que foi criada, há nove anos. Fisioterapia tradicional, fonoaudiologia, atividades esportivas e culturais complementam o trabalho com a roupa especial, que dura de dois a três meses, dependendo de cada caso.

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