sábado, 13 de fevereiro de 2010

Estudo alerta para baixo investimento em política espacial

Orçamento caiu de R$ 415 milhões em 2009 para R$ 353 milhões em 2010, valor bem menor do que o de outros países do Bric

(Agência Câmara / JC) Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, divulgado nesta semana, alerta para a fragilidade institucional e orçamentária da atual Política Espacial Brasileira. Para 2010, o orçamento previsto na proposta orçamentária é de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009. Segundo o diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, para fazer frente a todos os desafios, seria necessário o dobro dos recursos atuais.

Os outros países do Bric, no mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil, destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de US$ 1 bilhão e planeja vôos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.

Atrasos
As conseqüências são a postergação das metas estabelecidas pelo programa espacial brasileiro. Alguns exemplos, apenas para mencionar os principais projetos, são: atraso no lançamento do Cbers-3, inicialmente previsto para 2009 e adiado para 2011, e atraso no lançamento do VLS 1, cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 - e agora está marcado, para efeito de teste, para 2011.

A Agência Espacial Brasileira planeja lançar três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Fatia pequena
Em todo o mundo, a necessidade crescente de telecomunicações e a evolução tecnológica no setor, como a implantação da TV Digital, estão transformando o setor de satélites numa indústria multibilionária.

Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou US$ 257 bilhões, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais; 32% em infraestrutura comercial; 26% só do orçamento espacial do Governo dos EUA; 6% dos outros governos; e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.

Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo, sendo de 1,9% a participação do mercado brasileiro.

A íntegra do estudo está disponível em:

http://www2.camara.gov.br/internet/fiquePorDentro/Temasatuais/politica-espacial-brasileira/documento-de-referencia-da-consultoria-legislativa-1

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