quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Astrônomo analisa validade de profecia maia sobre 2012

(Efe /Terra) destacado astrônomo e antropólogo Anthony Aveni explora em seu novo livro, "The End of Time", o mistério da profecia maia sobre o ano de 2012 e a atração que as interpretações cataclísmicas despertam no público americano de hoje. Conhecido como um dos pais do campo da arqueoastronomia, Aveni combina em sua obra a pesquisa arqueológica e a astronômica para aproximar-se ao conhecimento pré-colombino mesoamericano.

Escrito para o público geral, "The End of Time" explora muitas das teorias apocalípticas que circulam sobre o suposto fim do mundo em 2012, destacando sua origem, difusão e atrativo para o público sofisticado do século XXI.

Em sua prospecção, Aveni se deu conta de que embora houvesse muitas teorias e interpretações, um dos aspectos menos estudados era por que era tão chamativa hoje em dia a crença de uma civilização tão remota quanto a maia, da qual na realidade se sabe tão pouco.

"O que acontecerá em 21 de dezembro de 2012, data na qual termina o calendário maia retornando a zero?", pergunta o autor. Em seu livro, Aveni procura enfrentar com evidência científica os boatos de destruição e de catástrofe que acompanham a data na imaginação popular e explica o que ela poderia ter significado para o povo maia e o que significa para nós hoje.

Aveni afirma que a civilização maia concebia o tempo como cíclico, o que também coincide com uma concepção mítica do tempo. Segundo ele, a escatologia, parte da religião que trata sobre o fim do mundo, distingue duas doutrinas temporárias: a mítica e a histórica.

As crenças apocalípticas de tradição judeu-cristã, explica Aveni, se situam nesta última, já que respondem a um conceito linear do tempo. Por outro lado, os maias concebiam o tempo em grandes ciclos que terminam e iniciam com mudanças significativas nos períodos de transição.

Vem daí o temor associado com o final de um ciclo e o começo de outro, como antecipam os maias para o fim de 2012. No entanto, Aveni explica que as inscrições maias ligadas à profecia deveriam ser compreendidas mais como um mecanismo para preservar o poder político e a estabilidade que como uma previsão literal.

Os maias, afirma Aveni, compreendiam perfeitamente o capital político e religioso que provinha de poder prever o que ia acontecer com base no estudo dos astros. Segundo ele, não é estranho que ao compreender isto, os maias tivessem dedicado tanto empenho a estudar os corpos celestes e a prever eventos astronômicos com grande precisão.

A dúvida que perdura ao longo do texto é que relevância poderia ter o fim de um ciclo de um calendário de uma civilização remota e pouco conhecida para as pessoas de um país tecnologicamente avançado como os EUA, em pleno século XXI.

O tom do livro revela um genuíno interesse por parte do autor não tanto em refutar como cientista as crenças populares, mas em examinar como antropólogo o porquê dessa atração pelo tema nos dias de hoje.

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