terça-feira, 10 de novembro de 2009

Discussões sobre Política Espacial no CAEAT

Conselho da Câmara discute o Programa Espacial Brasileiro

(Rádio Câmara / Panorama Espacial) O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (CAEAT) da Câmara dos Deputados promoveu ontem (09), em Brasília (DF), o seminário "Por uma Nova Política Espacial Brasileira: Realidade ou Ficção?", que contou com a participação de especialistas e autoridades do governo, indústria e academia. Com o objetivo de colher subsídios para a elaboração de estudo aprofundado sobre a política espacial brasileira, os especialistas debateram pontos críticos sobre as atividades espaciais do Brasil.

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, defendeu a alteração do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), atualmente em sua quarta revisão, de modo a buscar um trabalho conjunto das instituições envolvidas no programa para os diferentes projetos em andamento. "Não adianta eu ficar insistindo em um conjunto de projetos isolados que não fazem, pela soma dessas parcelas, uma só política nacional, integradora e virtuosa."

Ganem também destacou a intenção da AEB em firmar novos instrumentos de cooperação internacional, tendo mencionado a Coréia do Sul, país que visitou há alguns dias, e o interesse de um grupo europeu em estabelecer parceria para o desenvolvimento de nova versão do Veículo Lançador de Satélites (VLS).

Já na opinião do Deputado Federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), parlamentar muito engajado na área de Ciência e Tecnologia e também relator do estudo em preparação pelo conselho, a sociedade deve conhecer os benefícios trazidos pelos investimentos no setor espacial. "Quando a gente está falando de um grande programa de inclusão digital, nós precisamos do programa espacial, do acesso à comunicação de forma geral, da previsão de catástrofes climáticas ou de eventos extremos. Com isso, nós estamos evitando o sofrimento de milhares de famílias. Tem um impacto social muito grande", disse.

Especialistas também destacaram problemas crônicos que impedem o devido desenvolvimento do programa espacial local, como a falta de pessoal, arranjo institucional do programa, fluxo descontínuo de recursos financeiros e dificuldades burocráticas para a compra de equipamentos e componentes. O pesquisador Edmilson Costa Filho, doutor em Política Científica e Inovação Tecnológica pela Unicamp destacou a falta de foco do programa nacional, alertando sobre a necessidade de se definir políticas e objetivos estratégicos para o setor.

Participaram também o Major-Brigadeiro Ronaldo Salamone Nunes, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Jarbas Castro Neto, presidente da Opto Eletrônica, indústria localizada em São Carlos (SP), e Nivaldo Hinckel, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Ao término dos estudos e discussões promovidas pelo conselho, será elaborado um livro, previsto para ser concluído no início de 2010, com um diagnóstico, avaliações, orientações e sugestões ao Poder Executivo para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.

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