O ótimo blog Panorama Espacial publicou uma parte da recente edição da revista institucional Espaço Brasileiro, onde relata alguns benefícios oriundos do Programa Espacial Brasileiro que são utilizados no cotidiano das pessoas. Mais uma tentativa de eliminar o bordão da ignorância "tanta gente passando fome e o governo gastando com programa espacial". Reproduzimos abaixo:
A mais recente edição da revista institucional "Espaço Brasileiro" (n° 5), editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), conta com um interessante artigo, de autoria de Andréia Araújo (AEB), com colaboração de Marjorie Xavier (INPE), sobre alguns produtos e serviços usados no dia-a-dia das pessoas que vieram da pesquisa espacial, os chamados "spin-offs".
O que de fato torna a reportagem interessante são as menções a spin-offs originados no Programa Espacial Brasileiro, afinal, spin-offs estrangeiros, em particular aqueles oriundos da exploração espacial levada a cabo pelos EUA são muito mais conhecidos e numerosos. Ao longo dos mais de 50 anos da agência espacial norte-americana (NASA), diversas tecnologias, nas mais variadas áreas, passaram a ser usadas no dia-a-dia da população em geral. São vários os exemplos: exames médicos por imagem, TV via satélite, diveros novos materiais, equipamentos de combate a incêndio, detectores de fumaça, aspirador de pó portátil, óculos contra raios UV, e muitos outros.
Abaixo, relacionamos e sucintamente descrevemos alguns dos spin-offs nacionais mencionados na reportagem:
Combustível de foguete para calçados: o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA) desenvolveu uma nova resina para combustível de foguetes, a PBHL (Polibutadieno Líquido Hidroxilado), material esse incorporado por outros setores da indústria nacional, como o de calçados. Nesse setor específico, a resina, fabricada pela Petroflex, é usada para garantir maior resistência às espumas e maior suporte de peso às palmilhas.
Aço de ultra-alta resistência: ao longo do programa de desenvolvimento de foguetes e lançadores brasileiros, o IAE, em parceria com as siderúrgicas Eletrometal, Usiminas e Acesita desenvolveram um novo aço leve de ultra-alta resistência, chamado 300M. O aço especial é hoje usado por várias indústrias aeronáuticas, inclusive a norte-americana Boeing, que o utiliza na fabricação de trens de pouso de aeronaves comerciais.
Fibras de carbono: aproveitando sobras de fibras de carbono usadas para a construção de componentes de satélites, a CENIC, indústria com sede em São José dos Campos (SP), desenvolveu um equipamento (anel ilizarov) usado na cura de fraturas expostas.
Detectores plásticos: o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), adaptou um detector plástico, usados para, entre outras coisas, verificar níveis de radiação, para o telescópio espacial Masco, de estudos de astrofísica. Mais tarde, o IPEN descobriu que o mesmo equipamento, com algumas adaptações, era útil para a identificação de níveis de desnutrição em seres humanos.
Minitubos de calor: talvez o pãozinho de seu café-da-manhã tenha alguma relação com o Programa Espacial Brasileiro. Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) adaptaram um equipamento (uma espécie de mini "cooler") usado para a refrigeração de circuitos de satélites, para uso em fornos de padaria, possibilitando que os pães sejam assados de forma homogênea e com menor custo.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
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